Tudo começou em 1950...
Os
Jogos Regionais tiveram início, em 1950, na cidade
de Presidente Prudente, região Oeste do Estado de São
Paulo, e foram organizados por um grupo de dirigentes, que
acreditou no esporte amador como fonte de revelação
de novos talentos.
Passaram,
então, a existir, desde aquela época, de forma
constante e tornaram-se eliminatórios para os Jogos
Abertos do Interior e, na realização do 4º
Campeonato Aberto da Alta Sorocaba, em 1953, foram inclusos
no DEFE (Departamento de Educação Física
do Estado de São Paulo), atual SEET (Secretaria de
Esportes do Estado de São Paulo).
No
mesmo ano, a sede escolhida foi Presidente Prudente, que recebeu,
na ocasião, 1.200 jovens representando 22 municípios
do Estado. Foram disputadas as modalidades basquetebol, voleibol,
tênis de mesa, atletismo, ciclismo, xadrez e beisebol.
Paralelamente
aos jogos da Alta Sorocaba, o DEFE oficializou, também
em 1953, o 2º
Jogos Nordestinos, que reuniu, em Araçatuba, 16 cidades
e cerca de 1.000 atletas, tendo ainda a participação
do município de Campo Grande (MS).
A
denominação oficial “Jogos Regionais”
foi instituída, em 1956. Em 1957, surgiram oficialmente
os Jogos do Vale do Paraíba, que teve como primeira
sede o município de São José dos Campos.
Ainda
em 1957, com autorização do, então, governador
Jânio da Silva Quadros, os Jogos Nordestinos foram realizados
fora das fronteiras do Estado, na cidade de Campo Grande (MS),
com participação de 19 cidades. Na época,
os Jogos Araraquarenses aconteceram, em São José
do Rio Preto, e contaram com a colaboração direta
da DEFE.
Em
1958, a região dos Araraquarenses teve seu certame
oficializado e, em caráter experimental, o DEFE organizou
os Jogos da Paulista e Alta Paulista e da Média e Alta
Mogiana.
Este
histórico levou, no ano seguinte (1959) à organização
oficial dos Jogos Regionais, com o Estado de São Paulo
sendo dividido em oito (8) regiões: Alta Sorocaba,
Nordestino, Vale do Paraíba, Araraquarenses, Média
e Alta Mogiana, Paulista e Alta Paulista.
Em
1962, com o crescimento dos eventos e do interesse da comunidade
esportiva de São Paulo, os Jogos Regionais passaram
a abranger, além dessas oito regiões citadas,
mais duas áreas, o Litoral e a Zona Sul.
A
partir de 1984, os Jogos Regionais passaram a ser disputados
em seis zonas. Foram desmembrados os Jogos Regionais da Zona
Sudeste, criando-se os Jogos Regionais do Vale do Paraíba
e Litoral Norte, ficando assim estruturados: Zona Norte; Zona
Leste; Zona do Vale do Paraíba e Litoral Norte; Zona
Sudeste; Zona Centro-oeste.
A
partir de 1988, os Jogos Regionais passaram a ser realizados
por regiões esportivas. Atualmente, com a emissão
da Portaria G. CEL 08/2004, os Jogos foram divididos em 8
oito regiões esportivas com suas subdivisões.
Abaixo
as regiões esportivas:
1ª Região
Esportiva: Grande São Paulo
2ª Região Esportiva: São José
dos Campos
3ª Região Esportiva: Bauru
4ª Região Esportiva: Campinas
5ª Região Esportiva: Ribeirão Preto
6ª Região Esportiva: São José
do Rio Preto
7ª Região Esportiva: Presidente Prudente
8ª Região Esportiva: Sorocaba
Os
Jogos Regionais, durante todos esses anos, têm alcançado
seu objetivo de promover a massificação e o
intercâmbio esportivo, contando com um número,
cada vez maior, de atletas e de municípios inscritos,
revelando valores como Hortência e Paula, no basquetebol,
Aurélio Miguel, no Judô, e Cláudio Kano,
no Tênis de Mesa, entre outros.
O
brilho de muitas equipes como de voleibol e ciclismo, do Pirelli,
o basquetebol masculino, de Franca e de Rio Claro, e o feminino,
de Sorocaba e de Piracicaba, do voleibol, da Olimpikus, entre
tantas outras, conferem um espetáculo à parte,
para os aficionados do esporte amador, que têm, neste
certames, a oportunidade de aplaudir, de perto, grandes estrelas
do cenário esportivo nacional.
Os
jogos são sempre realizados, no mês de julho,
para que coincidam com as férias escolares e as escolas
possam ser utilizadas como alojamentos ou até como
instalações esportivas.
COLORINDO
A VIDA NO INTERIOR
Exaltando
a prática desportiva como instrumento formador da Juventude,
os Jogos Regionais fazem a alegria dos jovens do Interior.
Eles foram criados com a finalidade de desenvolver o intercâmbio
social desportivo entre os atletas amadores, estabelecer uma
união segura, entre a comunidade e o poder público,
e exaltar a prática desportiva como instrumento de
formação de personalidade da juventude, preparando-a
tecnicamente para as disputas dos Jogos Abertos do Interior,
constituindo-se um evento de grande alcance popular e bom
nível técnico.
Nos
Jogos Regionais, são disputadas as seguintes modalidades
esportivas: Atletismo, Basquetebol, Handebol, Malha, Bocha,
Karatê, Damas, Ginástica Olímpica, Judô,
Natação, Tênis de Mesa e Campo, Voleibol,
Xadrez, Ciclismo, Futebol de Campo e Salão, entre outros,
como o Biribol. Além disso, o município sede
tem direito de promover duas modalidades extras. Não
há limite de idade com exceção das modalidades
futebol de campo e salão.
AS
HISTÓRIAS CONTADAS POR QUEM CONHECEU, VIVEU E TRANSFORMOU...
Tentando
compreender os Jogos Regionais, sua importância e objetivos,
buscamos pesquisar algumas fontes vivas e que conhecem, com
profundidade, suas particularidades. As histórias contadas,
a seguir, refletem o espírito e a pluralidade do evento.
Em
entrevista com o professor Pedro Stucchi Sobrinho, chefe dos
Jogos Regionais da Zona Leste por 10 anos consecutivos, encontramos
algumas características interessantes. Ele frisa que,
no início do evento, as regiões eram divididas
de acordo com as linhas férreas pois, naquela época,
a ferrovia era muito utilizada como transporte e o estado
oferecia “passes rodoviários”, proporcionando
locomoção gratuita aos atletas. As rodovias
ainda não existiam como atualmente.
Com
o passar do tempo, as regiões foram se modificando
e passaram a ser compostas em 11 regiões administrativas,
utilizadas como divisão para os eventos esportivos.
Ainda com o passar dos anos, algumas se uniram a outras reduzindo-se
a sete regiões esportivas. Hoje, elas são oito.
Algumas curiosidades
apresentadas pelo professor Stucchi, ao longo da entrevista:
- A realização
periódica dos jogos foi suspensa em duas ocasiões.
A primeira por ter havido um surto de meningite, e a Segunda,
quando houve uma greve de professores muito extensa, em
1989, e, em julho, as escolas estavam ocupadas com reposição
de aulas;
- Houve um
período em que foi imposto o limite de idade de 25
anos, restringindo a participação a atletas
mais jovens e da própria cidade;
- A partir
do momento em que os jogos regionais passaram a ser classificatórios
para os Jogos Abertos, a competição passou
a ser a mais acirrada e conseguiu derrubar esse limite de
idade imposto pela organização;
- Outra característica
interessante ocorre em ano
eleitoral, tornando difícil alguma cidade se candidatar,
devido às prováveis mudanças administrativas;
- É
do regulamento que, se não houver candidato para
o próximo ano, a cidade sede naquele ano realize
os jogos também no próximo ano, não
sendo obrigatória esta deliberação.
Stucchi
salienta que, com o passar do tempo, a característica
dos Jogos foi se perdendo e, ao invés de se fazer competições
para atletas da cidade e da região, os municípios
passaram a importar atletas profissionais, com o intuito de
serem classificadas para os Jogos Abertos do Interior.
Quanto
à questão de participação de atletas
não vinculados às cidades de origem, existem
opiniões prós e contras, dependendo da política
de esportes competitivos de cada cidade. “Se essa política
for mostrar, à sua população, sua juventude
sadia e as vantagens de se praticar esportes, enfim, se o
importante para o município for valorizar o potencial
de seus atletas e não somente conquistar o primeiro
lugar, vale a pena incentivar as equipes de casa”, disse
Stucchi.
“Em
contrapartida, se a cidade quiser contratar atletas para obter
primeiros lugares e tê-los como exemplo para motivar
suas equipes, ainda assim, será benéfico porque
esses atletas, de alto nível, funcionarão como
espelhos para os iniciantes”, completou.
Porém,
Stucchi diz que existem casos de contratação
de equipes, até do exterior, para representar as cidades.
“Seria benéfico que fosse alterado o regulamento
para dar mais oportunidade a atletas chamados regionais. O
correto seria a própria região usar sua verba,
integralmente, com o próprio pessoal da cidade”,
opinou.
O
professor aproveita para destacar alguns atletas, que apareceram
nos Jogos Regionais. “No Futebol de Campo, craques consagrados
como Careca, do Guarani; Maurício, do Olimpikus/Indaiatuba,
que iniciou sua carreira no Clube Fonte São Paulo de
Campinas; no basquetebol feminino, Hortência, Paula,
Branca, atletas vice-campeãs olímpicas, em 1996,
e campeãs do mundo, em 1994”, citou Stucchi.
Algumas
curiosidades gerais...
As
modalidades praticadas no 1º Jogos Regionais, realizado
em Presidente Prudente, no ano de 1953, foram basquetebol
(cestobol), voleibol, tênis de campo e mesa, atletismo,
ciclismo, xadrez e beisebol.
Os
Jogos Regionais consistem em uma competição
aberta às representações municipais de
todo interior do Estado de São Paulo e são considerados
o segundo evento mais importante do Estado de São Paulo,
sendo superados somente pelos Jogos Abertos do Interior.
Em
1956, os Jogos Regionais foram instituídos com a finalidade
de atrair todas as cidades do Estado para participação
da prática esportiva. Teve, neste ano, o tiro ao alvo
como modalidade oficial.
Antes
de 1970, não havia dados oficiais sobre este evento.
Em determinado momento da história dos Jogos Regionais,
ocorreu a participação de cidades de outros
estados como Minas Gerais e Mato Grosso. Em um dos eventos,
realizados antes de 1970, os Jogos foram sediados, em Poços
de Caldas, cidade do Sul de Minas Gerais.
A
partir de 1970, Campinas foi a cidade que por mais vezes foi
sede. Em apenas dois momentos, foi superada por Piracicaba:
em 1977 e 1986, quando Piracicaba foi escolhida para sediar
os Jogos Regionais.
Fonte:
Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São
Paulo |